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23 de novembro de 2010

CLOSED



Queria desculpar-me aos possíveis leitores do meu blog por não postar diariamente; ou mesmo de vez em quando. Por motivos pessoais, resolvi desativá-lo indefinidamente. Prometo que, quando retornar, terá mais novidades e um novo layout. Os posts mais antigos permanecerão no blog. Quaisquer sugestões futuras, entre em contato comigo.

Cuidem-se.
Edvar Soares.

12 de novembro de 2010

APHRODITE


O CD Aphrodite, da Kylie Minogue, lançado no dia cinco de Julho deste ano fez parte da minha história. Vinte e três dias depois do "Dia dos Namorados"! Engraçado, nem conheço tal CD e, para ser sincero, acho um pouco enjoada a Kylie. Mas a gente aprende a adaptar-se a todo tipo de situação. E eu gosto disso.

Entretando, eu gosto do título: Aphrodite. Deusa grega do amor, conhecida como Vênus pelos romanos. Segundo a astrologia, rege o sistema da sensualidade e da atração.

Na verdade, fui pesquisar onde encontrava-se a música "All The Lovers" e, consequentemente, estava neste referido disco. Prefiro não entrar em detalhes dos motivos pelos quais quis postar dessa maneira; acredito que uma única pessoa saiba bem a razão. E é o que importa.

"All the lovers                                 - Todos os amantes
That have gone before                      - Que passaram antes
They don't compare to you                  - Eles não se comparam a você
Don't be frightened                                - Não se assuste
Just give me a little bit more                     - Apenas me dê um pouco mais
They don't compare                                     - Eles não se comparam
All the lovers"                                                - Todos os amantes


Sim, pode ter certeza que nenhum compara-se a você.
Desculpa a precariedade das palavras e a falta de assunto, mas você sabe o que eu quero dizer. (risos)
Cinco meses.

Edvar Soares.

11 de novembro de 2010

SUAVE

 "Dia duro. Frauda suave."

10 de novembro de 2010

CHOREI

Não há o que comentar...

3 de novembro de 2010

FANTASMAS

          
          Há algum tempo, deu vontade de relatar aqui um momento inesquecível para mim. Inesquecível porque nunca havia ocorrido algo similar. Uma data especial para tal relato teria sido no dia 31 de Outubro, já que comemoram-se o Halloween; ou mesmo no dia 2 de Novembro (Dia de Finados). Entretanto, por motivos pessoais, não estava disposto à atualizar o blog nem com a cabeça no lugar para pensar em como escrever a respeito.
          Sem mais delongas...
          Ocorreu em meados do ano de 2008 na casa da minha tia, onde passei dois anos de minha vida residindo, na cidade de Fortaleza - Ceará. Havia uma extensa mesa de madeira compacta na sala de jantar, onde comumente eu espalhava alguns livros do colégio e estudava. Do lado direito, havia a sala de estar. Sofá, rede, televisão, rack e um janelão de vidro, que ocupava toda a parede lateral, coberto por uma cortina longa e macia de cor creme. O jardim do outro lado a janela era impecável. 

          Certa vez, estava eu concentrado na minha leitura - o suficiente para nada chamar minha atenção. Uma leve brisa fluia através da janela e balançava calmamente a cortina. Pecebia que o tecido da cortina vinha e voltava bem devagar, por apresentar pouco peso. Involuntariamente, olhei acima do meu ombro direito e avistei uma figura estranha. Era uma mulher com vestido da mesma cor da cortina que oscilava. Ela estava em pé e parecia de frente para mim, no entanto, consegui enxergar apenas seu cabelo negro e comprido na frente do rosto. Como a cortina vinha na minha direção, percebi que a estranha mulher também vinha na minha direção. Como se ela fosse parte da cortina. Olhei subitamente para o livro que estava lendo e virei-me outra vez para a cortina, a qual  voltava ao seu lugar junto à janela no mesmo movimento do balanço que a brisa fazia nela. 
          Fiquei atônito por alguns segundos, mas voltei a estudar como se nada houvesse ocorrido. Não contei à ninguém a respeito.
          Passou-se algumas semanas. Descontraído, conversava com minha prima, com quem eu morava, e descobri que ela havia avistado, no quarto onde dormia, uma mulher, também de cabelos negros e compridos, usando um vestido vermelho. Da mesma maneira que eu vi, ela viu. 


          Não consigo compreender essas aparições similares à pessoas diferentes. Por que uma mulher de cabelos longos e pretos? Talvez seja coisa da nossa mente; tão grande e sinistra.  Coincidências. Talvez não. Acredito sim que possa haver alguma força maior atuando, ou mesmo interagindo, conosco. Forças agradáveis e forças malignas em constante interação. Podemos chamar de espíritos, fantasmas, anjos... Não importa a denominação! O importante é aquilo em que você acredita, independente de relatos de outras pessoas, alusões religiosas ou culturais. Sua mente é extraordinária.

Obrigado pela paciência,
Edvar Soares.

23 de outubro de 2010

REFLEXO


Acordei elétrico hoje. 
Sete horas recebo ligação da mulher que lava roupas. Desço a escadaria do prédio para deixar as roupas sujas. Volto, frito duas salsichas e faço um "sanduíche de salsicha". Volto a dormir. Sonhos estranhos, neuróticos, agitados. Sonhei muito com minha avó ultimamente. Saudades dela! Sonhei também que uma amiga estava depilando as pernas, enquanto outra depilava a sobrancelha. Ao som de "Guilherme e Santiago", levanto e vou conversar leseira com meu irmão. Contar piada. Contar sorrisos. Estava com vontade de ir à praia, mas o tempo nunca me favorece nesse sentido. Sempre chove quando programo tomar banho de sol. Mando mensagem para o "love" e sou retribuido com um lindo "Bom dia!". E que lindo dia terei hoje! Recebo um e-mail um tanto inusitado. Ri muito, e agradeço por fazer parte desse meu dia que, da mesma forma, será inusitado. Bateu uma vontade de escrever também, mas não tinha assunto e criatividade o suficiente para imaginar uma situação fora do cotidiano. Algo inusitado. Assim, resolvi escrever sobre minha manhã. Uma manhã simples com um ar de comum. Expectativas para mais tarde? Talvez. Fazer faxina no apartamento, assistir a um filme (tempo chuvoso é excelente para isso), sair com amigos. À propósito, tive uma belíssima noite ontem com três pessoas bastante especiais para mim ao som de meu violão e algumas vozes envergonhadas. E a lua cheia estava perfeita... Talvez seja reflexo da noite anterior o meu bom-humor de hoje. Só espero que o dia continue assim, simples, comum, lindo.


Ótimo dia,
Edvar Soares.

20 de outubro de 2010

CÃO

Ele sim, é fiel e sempre está ao seu lado!




Confiram clicando AQUI !

Edvar Soares.

15 de outubro de 2010

PICANTE

Quem não gosta de sexo ou tem algum trauma de infância, ou é virgem para nunca ter experimentado, ou é hipócrita o suficiente para afirmar tal desgosto. Não imagino nenhum outro bom motivo para isso!


Com vontade de postar algo de utilidade pública, exceto nos casos que mencionei anteriormente, pesquisei algumas dicas interessantes para apimentar um relacionamento. Há dias em que você acorda com uma vontade inexplicável de fazer algo diferente para agradar seu (sua) parceiro (a) e não consegue imaginar nada de extraordinário. Já pulei de paraquedas em cima do telhado do vizinho, já gritei "Eu te amo!" do outro lado da rua, já assaltei um banco para dispistá-lo (a) da polícia. Enfim, possivelmente você já fez loucuras para agradar alguém que realmente vale a pena. Mas já pensou em agradar e ser agradado recíprocamente com algo mais simples? Na maioria das vezes a simplicidade é a melhor forma de interação. E que tal um jantarzinho bem especial com ingredientes capazes de apimentar a relação?

Bom, aí vão algumas dicas de alimentos simples (com seus possíveis respectivos efeitos no organismo) que caem bem em um jantar à dois.

Pimenta: A ingestão de pimenta gera reações fisiológicas no corpo como, por exemplo, transpiração, aumento da frequência cardíaca e da circulação sanguínea. São reações semelhantes àquelas vivenciadas quando fazemos sexo. A pimenta contém capsaicina que é responsável pelos efeitos além de ser um ótimo analgésico. Outro efeito descrito causado pela ingestão de grandes quantidades de pimenta é uma irritação dos órgãos genitais e da região urinária que causa sensação semelhante à excitação sexual.

Alho: É considerado afrodisíaco por uma tradição chinesa.

Gengibre: É considerado afrodisíaco pelo seu aroma, mas ele realmente estimula o sistema circulatório.

Chocolate: Os pesquisadores estudaram o chocolate e constataram que ele libera serotonina, substância química que causa "bem-estar". Ela ocorre naturalmente no corpo e é liberada pelo cérebro quando estamos felizes ou apaixonados, ou seja, o chocolate causa a mesma euforia que sentimos quando estamos amando.

Morango, baunilha e canela: Talvez sejam considerados afrodisíacos pela tradição, já que morango com chantily é sexy e os aromas de baunilha e canela também! Estimulam nossos sentidos! 

Banana: Provavelmente pelo seu formato. Mas a banana também é rica em potássio e vitaminas do complexo B, substâncias necessárias para a produção de hormônios sexuais. 

Anis: O anis tem compostos estrogênicos (hormônios femininos) que são conhecidos por induzirem efeitos similares aos da testosterona, o hormônio masculino, ou seja, aguçam a vontade de fazer sexo.

Manjericão: Pelo seu aroma. O manjericão também melhora a circulação sanguínea.

Mel: O mel é rico em vitaminas do complexo B (necessárias para a produção de testosterona) e em boro (uma substância que ajuda o organismo a metabolizar e usar o estrogênio ? hormônio feminino). Alguns estudos sugerem que o mel também pode elevar os níveis de testosterona no sangue.

Alcaçuz: Considerado pelo seu aroma diferenciado, mas alguns artigos sugerem que sua ingestão pode aumentar o fluxo sanguíneo para o pênis.

Mamão: O mamão (como a semente de anis) é estrogênico, o que significa que ele tem compostos que agem como o estrogênio, o hormônio feminino. Ele pode ser usado para aumentar a libido da mulher.

Após isso, se interessou-lhe arrisque no seguinte banquete afrodisíaco:
Prato principal: Um bom peixe temperado com alho preparado com gengibre e pimenta, acompanhado por farofa de banana com manjericão.
Sobremesa: salada de frutas com mamão, banana, morango, raspas de chocolate e mel.  
Bebida: à base de anis - 1 parte de absinto para 5 partes de água e bastante gelo.


Aprecie com moderação e preservativo.
Edvar Soares.

(Fonte: Daniela Cyrulin - Nutricionista)

12 de outubro de 2010

SORRISOS

"Soltava sorrisos ao vento e ouvia: 
Uma hora eles voltam pra você."

(Caio Fernando Abreu)


Quatro meses.
Edvar Soares.

7 de outubro de 2010

CHINESE

CHINESE 
(Lily Allen)

"Te vejo do céu
E me pergunto quanto tempo vai levar pra você voltar pra casa
Eu esperei por uma hora no carrossel
Eu tenho um cigarro para passar o tempo
Porque o trânsito está infernal
Eu não quero nada mais
Do que ver seu rosto quando você abrir a porta
Você vai me fazer torradas de favo e uma xícara de chá
E nós vamos pedir comida chinesa e assistir TV
Amanhã vamos levar o cão para passear
E a tarde talvez conversemos
Eu ficarei exausta então provavelmente dormirei
E nós vamos pedir comida chinesa e assistir TV
Você enxugará as lágrimas dos meus olhos
E você disse que tudo o que é preciso é uma chamada telefônica
Eu choro pensando estar sozinha e, em seguida
Me pergunto quanto tempo vai demorar para eu voltar para casa de novo"


Sinto bastante saudade do meu novo lar. Das pessoas que visitam-me, do barulho dos marceneiros no apartamento abaixo. Estranho porque antes eu detestava tumulto. Saudade de deitar na minha rede, comer minha comida, ver meu filme. Deitar com a cabeça em um colo e receber carinho entre os cabelos. Dormir em meu travesseiso.

Postei tal música para enfatizar a saudade que sinto de coisas aparentemente banais, mas que fazem um sentido lógico ao ligarmos a um mesmo sentimento: amor. Abaixo, segue um vídeo de um coral por crianças interpretando a música "Chinese" da Lily Allen. Vale a pena conferir.

Edvar Soares.

 

5 de outubro de 2010

VINTE-E-UM

          "Era indefeso, pequeno, meu Deus, como era frágil. Eu queria estar lá, queria poder seguí-lo, ver seus olhos brilharem pela primeira vez. Se eu pudesse estar lá, poderia protegê-lo.
          Era criança, feliz, um menino alegre. Adorava ver o azul do céu, não se preocupava com coisa alguma. Era um menino em seu mundo. Tão pequeno mundo. Conhecia tudo ao seu redor. Podia correr para o infinito e nunca se perder.
          Era um garoto. Um mundo estranho. Começava a ver as luzes de noite, um olhar de poeta. Imaginando o oposto, sonhando acordado, cerscendo muito rápido, procurando respostas, querendo continuar criança. O mundo era maior agora, o infinito estava mais distante e havia vários caminhos para escolger. Ele não sabia escolher. Ele não queria escolher. Ele não queria ficar. Ele não queria ir.
          Corpo de um homem, mente de um menino. Distante de casa, sonhos perdidos, tudo era desconhecido. Via o mar, descobriu o infinito do mar. Seu mundo era maior, via os prédios ao seu redor, ele adorava-os. Às vezes não sabia disso. Mudando a cada dia, sentia seu coração explodir, mente confusa, perdido por dentro, era um menino. Era um homem. Queria estar no lugar certo, queria ser o certo. O que era certo? Descobriu mais caminhos, não se importou com o pensamento dos outros. Queria sentir. Queria ouvir. Queria ser. Ser humano. Tocando um violão, com alegria e saudade dividindo seu coração, procurava, ainda, um caminho. Era confuso, mas era seguro.


          Há vinte-e-um anos. Ainda procura um caminho. Esconde mais segredos. Tem mais medo. A saudade continua. Às vezes se perde por fora também. É feliz. Ama. É amado. Poeta. Tem o dom da inteligência. Pode ser o dono do mundo sem preocupar-se com o infinito. É belo. Único. Tem a perfeição da natureza. Sentimentos de um homem, mente de um garoto. Ele ainda está no começo. Caminhos. Mais caminhos. Sonhos fortes. Ele sabe que está certo quando tudo está errado. Ele quer ir para casa. Ele quer ir para o infinito. A certeza é maior. Ele está aqui hoje. E hoje, é apenas o começo."

(Presente de aniversário por Raynie Fernandes)

4 de outubro de 2010

CORES


Desejo comprar uma caixa de lápis de cor para colorir muitas cabeças humanas. Colorir a vida com todas as cores possíveis. Doze cores? Trinta-e-seis? Não importa o tamanho da caixa. Nem a quantidade exata de cores. Se entregasse-me apenas três cores, as básicas, poderia dissolver infinitos pensamentos tortuosos. Usaria o vermelho para pintar o coração de todos. Sem excessões! Dos meus inimigos (tenho inimigos? Melhor dizer "falsos amigos") abriria cuidadosamente para não machucar e, pacientemente, passaria suave o lápis avermelhado por toda extensão do seu órgão propulsor do sangue. Permitindo-me, teria a calma suficiente para contorná-lo com tinta preta. Bem escura; a fim de não escorrer a vermelha e manchar novamente o branco da pureza que todos possuem.

Um lápis de cor azul seria ideal para colorir a mente dos pessimistas. Azul com tons brancos. Tons de paz e de luz no cérebro daqueles que vêem o mundo com os olhos castanhos. Cuidaria para sobrar uma pontinha do lápis e rabiscar seus olhos também. Dessa forma, veriam apenas cores ao seu redor, sem preocupar-se com os borrões existentes na vida. E o amarelo? O que poderia ser pintado com essa cor? Bom, acredito que, não mais os seres humanos, e sim os caminhos. Caminhos mais claros e visíveis seriam abertos vigorosamente. Unido aos raios solares, o amarelo brilharia mais forte. Ofuscaria todos que não estivessem com os olhos coloridos de azul e ainda misturaria-se com o globo ocular transformando-o em verde. Verde da esperança de um mundo colorido, onde o vermelho esteja contido apenas dentro dos corações.
Nasceria um mundo mais forte, mais corado, em que todos os problemas solucionariam-se com uma simples caixa de lápis de cor.

Edvar Soares.

27 de setembro de 2010

RE-AMAR

         
        "Eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinho, não vou. Não tem como remar sozinho, eu ficaria girando em torno de mim mesmo. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também...
         Eu desisto fácil , você sabe .
         E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
        Remar.
        Re-amar.
        Amar."

Sim, achei mais conveniente postar isso. E hoje! Pensei muito antes de postar tal citação do Caio Fernando Abreu, mas não adianta enganar meus sentimentos. É dessa forma que me sinto hoje! Nem sei o porquê de todo esse sentimentalismo meu. Talvez seja exagero da minha parte, talvez seja a pura realidade.

Edvar Soares.

26 de setembro de 2010

AUTO-AJUDA


Vontade de escrever algo bem profundo, em que todos os leitores possam inspirar-se e mudar de vida. Para que os tímidos possam seduzir sereias e que os príncipes consigam derrotar dois dragões com uma espada. Escrever para secar um coração e encher dois outros. Queria ser como escritores famosos, que possuem livros e mais livros de auto-ajuda. Eles, sim, devem ser resolvidos na vida amorosa. Escrevem para liberar toda emoção contida e espalhar pelo mundo uma palavra de força, de fé, de amizade, de amor. Encontram em palavra única aquela primordial. Aquela que só em lê-la, você consegue descrever todos os seus sentimentos e transmití-los para o mundo. Invejo a capacidade deles. Queria eu poder ajudar alguém apenas com uma palavra forte. Ser amigo inclusive nas horas de desespero. Penso, às vezes, que sou covarde o suficiente para não agir ou dar meu ombro pra alguém chorar e lamentar-se pela vida. Mas suspiro ao saber que não sou escritor famoso que possui inúmeros livros de auto-ajuda.

Edvar Soares.

25 de setembro de 2010

CONFUSÃO

Alegria. Ilusão. Sol. Chuva. Mar. Água. Vento frio. Vento quente. Panqueca com salsicha. Ônibus lotado. Música. Muita música. Risos. Pão de queijo. Carro. Trânsito. Banheiro urgente. Pizzaria. Fome. Desilusão. Dorzinha de cabeça. Cansaço. Dia cheio. Dia vazio. Confusão. Mensagem seca. Sono. Desencontros. Leite. Insônia. Sonho.


Edvar Soares.

23 de setembro de 2010

AZUL


Gosto quando ouço aquela música antiga que lembra-me de como eu era feliz no Ceará. Não me preocupava com aparência, com dinheiro ou muito menos com amores. Tinha o coração livre, ao ponto de inflar de algum ar leve e subir. Elevar-se até as cores do forte coração diluírem-se no infinito azul do céu.

Agora, aqui em um território desconhecido, não muito distante da minha terra natal, sinto que meu coração começou a estacionar. Já bateu diversas vezes em árvores lindas e edifícios esplêndidos, mas frágeis. Talvez a árvore que segura-o hoje seja grande e frondosa. Dê frutos e flores também. Muitas e muitas flores.


 Há quem diga que não existe um amor para toda a vida. Prefiro não concordar nem descordar com tal afirmação. Tenho receio de que alguma tempestade forte seja capaz de derrubar aquela vigorosa árvore. E se conseguir? E se o vento for mais forte do que imagino? Seria meu coração capaz de estacionar novamente?

Já ouvi falar em amor proibido. Aquele amor "impossível" de acontecer. Mas, apesar de toda impossibilidade, há algo mais forte e mais belo do que o amor. Algo inexplicável que te faz flutuar no azul. A amizade sempre é fundamental. Conversas e sorrisos.

É muito difícil tornar-se adulto e ter responsabilidades antes jamais imaginadas. Compromissos. Deveres.

Edvar Soares.

22 de setembro de 2010

VER-DA-DE!

Todos os olhos voltados fixamente para o movimento circular da garrafa no chão. O gargalo parece apreciar cada olhar dos assustados participantes ao redor. Perdendo a força, cada vez mais devagar. E vai parando. Pa-ran-do.


Fulano pergunta para Sicrano: "Verdade ou consequência?". Suor gelado. "Ver-da-de!". Alguns segundos silenciosos são cortados pelo som estridente da pergunta. Embora possa não ser uma pergunta constrangedora, a tensão do jogo causa certo desconforto para o questionado. Cada palavra é escutada minuciosamente pelo círculo humano. Parece até que a interrogação no final da pergunta provoca uma irritação aguda no ouvido sem motivos esclarecidos. Alívio pelo final da questão ou aflição pelo início da resposta?

Agora, aquela dificuldade antes provocada, suaviza-se. Este pega novamente a garrafa e, com toda a força feita para responder a pergunta anterior, roda-a sem lástima entre os demais. No momento do giro, os jogadores planejam a mais temida das perguntas. Aquela pergunta maliciosa e pervertida. Porém, nunca imaginam que a pior das perguntas será justamente para você. Outra vez, pa-ran-do.


Nova pergunta: "Verdade ou consequência?". Claro que ninguém responderá "Consequência!", a menos que tenha combinado anteriormente com o amigo do outro lado da garrafa para desafiá-lo a beijar a menina mais bonita do jogo. E assim, sucessivamente. Um círculo de crianças famintas por mais informações, mais medos, mais sarcasmo, mais ambiguidade, mais diversão. Um círculo vicioso em que o grande objetivo é: Ver-da-de!

Edvar Soares.

(Indicado por @fabyfalcao)

19 de setembro de 2010

BARRO



“Fico pensando se viver não será sinônimo de perguntar. A gente se debate, busca, segura o fato com duas mãos sedentas e pensa: “Achei! Achei!”, mas ele escorrega, se espatifa em mil pedaços, como um vaso de barro coberto apenas por uma leve camada de louça. A gente fica só, outra vez, e tem que começar do nada, correndo loucamente em busca dos outros vasos que vê. Cada um que surge parece o último. Mas todos são de barro, quebram-se antes que possamos reformular as perguntas. E começamos de novo, mais uma vez, dia após dia, ano após ano. Um dia a gente chega na frente do espelho e descobre: “Envelheci.” Então a busca termina. As perguntas calam no fundo da garganta, e vem a morte. Que talvez seja a grande resposta. A única”.

(Caio Fernando Abreu)

18 de setembro de 2010

RAVE


Os primeiros raios de sol atravessavam a janela de vidro entre as cortinas. Parecia um dia normal. E era um dia normal. Exceto pelo barulho de gincanas do colégio ao lado que havia invadido seu quarto. Desligou o ventilador acima de sua cabeça e, ainda aborrecido devido ao barulho, levantou-se para escovar os dentes. Assistiu aos "Simpsons". Ele adora desenhos.

Após a prima do quarto ao lado acordar, foram ambos fazer almoço. Bagunça. Pirão de carne e farinha por todo o fogão. Mas seus pais nem reclamam. (Será que porque moram sozinhos?!) O irmão chegou e foram almoçar. A tarde foi comum: conversar com amigos no computador, jogar Mário 64.


À noite, esperou alguns amigos para o encontro semanal em seu quarto. Isso, "encontro semanal", pois todo fim de semana vários de seus amigos decidem ir (de última hora ou não) para seu apartamento. Seis homens trancados dentro de um quarto com cerca de três metros quadrados de área ouvindo funk. Para ser mais exato, ouvindo "Gaiola das popozudas". Vergonha.


Bom que a prima e o irmão nem dizem nada sobre o barulho. A única advertência que fazem é para fechar a porta do quarto. Calor. Após todos arrumarem-se, saem para a noite. E a noite foi uma criança.

Rave de angolanos. Negros altos mexiam-se, aparentemente, dançado. Isso, parecia que estavam em algum filme norte-americano. Talvez um típico filme de terror, onde o assassino atuava na calada de certos aposentos do ambiente. Ou seria na abertura da Copa de 2010? Não importava. Divertiram-se, dançaram, explodiram-se. Exceto por algum idiota alcoolizado, a rave teria sido perfeita. Bebida e cachorro-quente dançavam juntos. Final: pés pedindo arrego!


Voltaram para suas respectivas casas a pé. Mas, só restaram quatro. Outros foram de ônibus às pressas (porque naquele horário é raro ver um ônibus). Mais uma semelhança a filme de terror: o sereno da noite e o silêncio dos gatos aterrorizavam as vezes. Como estavam cansados demais para pensar a respeito, foram assim mesmo.

Quatro e meia da manhã. Abriu um iogurte de morango, misturou com farinha láctea e leite em pó. Gosma. Comeu, deixou um bilhete para fazerem seu almoço no dia seguinte (ou seria daqui a pouco?) sem que o acordasse e dormiu. Sonhou que estava no filme "Avatar". 


Edvar Soares.

16 de setembro de 2010

NEBULOSA


Talvez o céu mudasse de cor constantemente. Ou seriam seus olhos negros que tudo pode ver? Pensei muito no azul celeste, no verde do oceano, no amarelo solar. Queria tudo para mim; só para mim. Por vezes sou egoista ao extremo. Quero tudo da minha maneira: os pratos colocam-se ao lado dos copos de vidro, as canetinhas são separadas dos lápis-de-cor. Uma nebulosa semelhante ao olho que tudo observa. Olho curioso, aberto, monstruoso.

Imaginar milhares de enciclopédias abertas na mesma página. O desenho de um lagarto verde abraçado a uma folha, pronto para receber os primeiros raios-de-sol em sua pele áspera e úmida. Um felino atacando um urso-marrom; uma rato engolido por uma cobra. Mil faces. Mil maneiras. Mas a única que interessa é a minha.


Talvez o mar mudasse de cor casualmente. Ou seriam suas lágrimas deslisando em minha face? Refletiu bastante ao escutar ruidos por trás da porta amarela, por cima do telhado vermelho, por dentro do coração esverdiado. Olhos baixos atentos ao menor movimento. Ele não é egoísta. Ele é solidário; apenas espera algo a receber. Ambição? Tendência natural de sobrevivência, em que o mais apto torna-se o melhor. Selva de granizo.

Edvar Soares.

14 de setembro de 2010

BANHO