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27 de setembro de 2010

RE-AMAR

         
        "Eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinho, não vou. Não tem como remar sozinho, eu ficaria girando em torno de mim mesmo. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também...
         Eu desisto fácil , você sabe .
         E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
        Remar.
        Re-amar.
        Amar."

Sim, achei mais conveniente postar isso. E hoje! Pensei muito antes de postar tal citação do Caio Fernando Abreu, mas não adianta enganar meus sentimentos. É dessa forma que me sinto hoje! Nem sei o porquê de todo esse sentimentalismo meu. Talvez seja exagero da minha parte, talvez seja a pura realidade.

Edvar Soares.

26 de setembro de 2010

AUTO-AJUDA


Vontade de escrever algo bem profundo, em que todos os leitores possam inspirar-se e mudar de vida. Para que os tímidos possam seduzir sereias e que os príncipes consigam derrotar dois dragões com uma espada. Escrever para secar um coração e encher dois outros. Queria ser como escritores famosos, que possuem livros e mais livros de auto-ajuda. Eles, sim, devem ser resolvidos na vida amorosa. Escrevem para liberar toda emoção contida e espalhar pelo mundo uma palavra de força, de fé, de amizade, de amor. Encontram em palavra única aquela primordial. Aquela que só em lê-la, você consegue descrever todos os seus sentimentos e transmití-los para o mundo. Invejo a capacidade deles. Queria eu poder ajudar alguém apenas com uma palavra forte. Ser amigo inclusive nas horas de desespero. Penso, às vezes, que sou covarde o suficiente para não agir ou dar meu ombro pra alguém chorar e lamentar-se pela vida. Mas suspiro ao saber que não sou escritor famoso que possui inúmeros livros de auto-ajuda.

Edvar Soares.

25 de setembro de 2010

CONFUSÃO

Alegria. Ilusão. Sol. Chuva. Mar. Água. Vento frio. Vento quente. Panqueca com salsicha. Ônibus lotado. Música. Muita música. Risos. Pão de queijo. Carro. Trânsito. Banheiro urgente. Pizzaria. Fome. Desilusão. Dorzinha de cabeça. Cansaço. Dia cheio. Dia vazio. Confusão. Mensagem seca. Sono. Desencontros. Leite. Insônia. Sonho.


Edvar Soares.

23 de setembro de 2010

AZUL


Gosto quando ouço aquela música antiga que lembra-me de como eu era feliz no Ceará. Não me preocupava com aparência, com dinheiro ou muito menos com amores. Tinha o coração livre, ao ponto de inflar de algum ar leve e subir. Elevar-se até as cores do forte coração diluírem-se no infinito azul do céu.

Agora, aqui em um território desconhecido, não muito distante da minha terra natal, sinto que meu coração começou a estacionar. Já bateu diversas vezes em árvores lindas e edifícios esplêndidos, mas frágeis. Talvez a árvore que segura-o hoje seja grande e frondosa. Dê frutos e flores também. Muitas e muitas flores.


 Há quem diga que não existe um amor para toda a vida. Prefiro não concordar nem descordar com tal afirmação. Tenho receio de que alguma tempestade forte seja capaz de derrubar aquela vigorosa árvore. E se conseguir? E se o vento for mais forte do que imagino? Seria meu coração capaz de estacionar novamente?

Já ouvi falar em amor proibido. Aquele amor "impossível" de acontecer. Mas, apesar de toda impossibilidade, há algo mais forte e mais belo do que o amor. Algo inexplicável que te faz flutuar no azul. A amizade sempre é fundamental. Conversas e sorrisos.

É muito difícil tornar-se adulto e ter responsabilidades antes jamais imaginadas. Compromissos. Deveres.

Edvar Soares.

22 de setembro de 2010

VER-DA-DE!

Todos os olhos voltados fixamente para o movimento circular da garrafa no chão. O gargalo parece apreciar cada olhar dos assustados participantes ao redor. Perdendo a força, cada vez mais devagar. E vai parando. Pa-ran-do.


Fulano pergunta para Sicrano: "Verdade ou consequência?". Suor gelado. "Ver-da-de!". Alguns segundos silenciosos são cortados pelo som estridente da pergunta. Embora possa não ser uma pergunta constrangedora, a tensão do jogo causa certo desconforto para o questionado. Cada palavra é escutada minuciosamente pelo círculo humano. Parece até que a interrogação no final da pergunta provoca uma irritação aguda no ouvido sem motivos esclarecidos. Alívio pelo final da questão ou aflição pelo início da resposta?

Agora, aquela dificuldade antes provocada, suaviza-se. Este pega novamente a garrafa e, com toda a força feita para responder a pergunta anterior, roda-a sem lástima entre os demais. No momento do giro, os jogadores planejam a mais temida das perguntas. Aquela pergunta maliciosa e pervertida. Porém, nunca imaginam que a pior das perguntas será justamente para você. Outra vez, pa-ran-do.


Nova pergunta: "Verdade ou consequência?". Claro que ninguém responderá "Consequência!", a menos que tenha combinado anteriormente com o amigo do outro lado da garrafa para desafiá-lo a beijar a menina mais bonita do jogo. E assim, sucessivamente. Um círculo de crianças famintas por mais informações, mais medos, mais sarcasmo, mais ambiguidade, mais diversão. Um círculo vicioso em que o grande objetivo é: Ver-da-de!

Edvar Soares.

(Indicado por @fabyfalcao)

19 de setembro de 2010

BARRO



“Fico pensando se viver não será sinônimo de perguntar. A gente se debate, busca, segura o fato com duas mãos sedentas e pensa: “Achei! Achei!”, mas ele escorrega, se espatifa em mil pedaços, como um vaso de barro coberto apenas por uma leve camada de louça. A gente fica só, outra vez, e tem que começar do nada, correndo loucamente em busca dos outros vasos que vê. Cada um que surge parece o último. Mas todos são de barro, quebram-se antes que possamos reformular as perguntas. E começamos de novo, mais uma vez, dia após dia, ano após ano. Um dia a gente chega na frente do espelho e descobre: “Envelheci.” Então a busca termina. As perguntas calam no fundo da garganta, e vem a morte. Que talvez seja a grande resposta. A única”.

(Caio Fernando Abreu)

18 de setembro de 2010

RAVE


Os primeiros raios de sol atravessavam a janela de vidro entre as cortinas. Parecia um dia normal. E era um dia normal. Exceto pelo barulho de gincanas do colégio ao lado que havia invadido seu quarto. Desligou o ventilador acima de sua cabeça e, ainda aborrecido devido ao barulho, levantou-se para escovar os dentes. Assistiu aos "Simpsons". Ele adora desenhos.

Após a prima do quarto ao lado acordar, foram ambos fazer almoço. Bagunça. Pirão de carne e farinha por todo o fogão. Mas seus pais nem reclamam. (Será que porque moram sozinhos?!) O irmão chegou e foram almoçar. A tarde foi comum: conversar com amigos no computador, jogar Mário 64.


À noite, esperou alguns amigos para o encontro semanal em seu quarto. Isso, "encontro semanal", pois todo fim de semana vários de seus amigos decidem ir (de última hora ou não) para seu apartamento. Seis homens trancados dentro de um quarto com cerca de três metros quadrados de área ouvindo funk. Para ser mais exato, ouvindo "Gaiola das popozudas". Vergonha.


Bom que a prima e o irmão nem dizem nada sobre o barulho. A única advertência que fazem é para fechar a porta do quarto. Calor. Após todos arrumarem-se, saem para a noite. E a noite foi uma criança.

Rave de angolanos. Negros altos mexiam-se, aparentemente, dançado. Isso, parecia que estavam em algum filme norte-americano. Talvez um típico filme de terror, onde o assassino atuava na calada de certos aposentos do ambiente. Ou seria na abertura da Copa de 2010? Não importava. Divertiram-se, dançaram, explodiram-se. Exceto por algum idiota alcoolizado, a rave teria sido perfeita. Bebida e cachorro-quente dançavam juntos. Final: pés pedindo arrego!


Voltaram para suas respectivas casas a pé. Mas, só restaram quatro. Outros foram de ônibus às pressas (porque naquele horário é raro ver um ônibus). Mais uma semelhança a filme de terror: o sereno da noite e o silêncio dos gatos aterrorizavam as vezes. Como estavam cansados demais para pensar a respeito, foram assim mesmo.

Quatro e meia da manhã. Abriu um iogurte de morango, misturou com farinha láctea e leite em pó. Gosma. Comeu, deixou um bilhete para fazerem seu almoço no dia seguinte (ou seria daqui a pouco?) sem que o acordasse e dormiu. Sonhou que estava no filme "Avatar". 


Edvar Soares.

16 de setembro de 2010

NEBULOSA


Talvez o céu mudasse de cor constantemente. Ou seriam seus olhos negros que tudo pode ver? Pensei muito no azul celeste, no verde do oceano, no amarelo solar. Queria tudo para mim; só para mim. Por vezes sou egoista ao extremo. Quero tudo da minha maneira: os pratos colocam-se ao lado dos copos de vidro, as canetinhas são separadas dos lápis-de-cor. Uma nebulosa semelhante ao olho que tudo observa. Olho curioso, aberto, monstruoso.

Imaginar milhares de enciclopédias abertas na mesma página. O desenho de um lagarto verde abraçado a uma folha, pronto para receber os primeiros raios-de-sol em sua pele áspera e úmida. Um felino atacando um urso-marrom; uma rato engolido por uma cobra. Mil faces. Mil maneiras. Mas a única que interessa é a minha.


Talvez o mar mudasse de cor casualmente. Ou seriam suas lágrimas deslisando em minha face? Refletiu bastante ao escutar ruidos por trás da porta amarela, por cima do telhado vermelho, por dentro do coração esverdiado. Olhos baixos atentos ao menor movimento. Ele não é egoísta. Ele é solidário; apenas espera algo a receber. Ambição? Tendência natural de sobrevivência, em que o mais apto torna-se o melhor. Selva de granizo.

Edvar Soares.

14 de setembro de 2010

BANHO

12 de setembro de 2010

ROMANCE


O tempo é limitado para comparar o quanto estamos nos dando bem. Afinal, o tempo não é nada. Ou tudo. Uma sucessão de dias, horas, minutos que, quando aproximamo-nos parece uma eternidade e, ao mesmo tempo, efêmero. Eterno os olhares, os carinhos, o romance. Passageiro o tempo. Equívoco.

Acredito que durará muito, mais muito mais do que possamos imaginar. Algo inestimável. Algo que nem o tempo será capaz de compreender a distância entre os olhares. Abraços. Carinhos. Companheirismo.


Aproveitarei ao máximo desse minucioso tempo.
Três meses.
Edvar Soares.

9 de setembro de 2010

RAINBOW

Over The Rainbow
(Além do arco-íris)

"Somewhere over the rainbow, way up high
There's a land that I dreamed of
Once in a lullaby

(Em algum lugar além do arco-íris, lá no alto,
Há um lugar com o qual eu sonhei
Um dia em uma canção de ninar)



 
Somewhere over the rainbow, skies are blue
And the dreams that you dare to dream
Really do come true

(Em algum lugar além do arco-íris, os céus são azuis,
E os sonhos que você ousa sonhar
Se realizam de verdade)



 

Someday I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far behind me

(Um dia vou fazer um desejo para uma estrela
E acordar onde as nuvens já não existam mais)



 
Where troubles melt like lemon drops
High above the chimney tops
That's where you'll find me

(Onde os problemas derretem como balas de limão
Onde você ultrapassa o alto das chaminés
É lá que você vai me encontrar)

 


Somewhere over the rainbow, blue birds fly
If birds fly over the rainbow
Why then, oh, why can't I?" 


(Em algum lugar além do arco-íris pássaros azuis voam
Se pássaros podem voar sobre o arco-íris.
Por que então, por que eu não posso?)



Ouça a música.





8 de setembro de 2010

FRAQUEZA

“Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como 'eu gosto de você'. Gosto de mim. (...) O que sobra é o áspero do gesto, a secura da palavra. Por trás disso, há muito amor. Amor louco (...) Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto.”
(Caio Fernando Abreu)

Não que eu esteja viciado em solidão. Todos têm o direito de isolar-se um pouco. Refletir. Pensar em quais caminhos escolher, em como está sua vida. Fez algo de bom hoje? Plantou uma árvore ou ajudou a um mendigo? Certamente, não. A vida é legal. Nada de extraordinário.

Perdoem-me, de verdade, a rispidez com que trato alguns. Às vezes magoou sem motivos, sem culpas. Pareço grosseiro, inexpressivo ou indiferente. Tudo isso não passa de uma grossa casca a qual tenho envolto ao meu corpo. Juro que não sou assim no meu estado de espírito normal. Tenho meus defeitos e minhas qualidades, como todos possuem. E, da mesma forma, meus dias de glória e meus dias de merda.

Não costumo chorar em público. Talvez seja uma fraqueza minha ou, simplesmente, por nunca ter alguém para isso. A vergonha faz parte, afinal, o mito que "homem não chora" ainda existe e, apesar de tudo, ainda acredito que homens choram mais que mulheres. Apenas não deixam transparecer para não acentuar sua fraqueza.


Voltar a ser criança, sem responsabilidades, protegido e acolhido pelos pais. Sinto falta de um ombro amigo para chorar (literalmente), de uma mãe para desabafar, de um irmão para brincar. Alguém para fofocar e contar aquela piada da formiguinha e do elefante. Hoje, sou uma pessoa frívola. 
 
Desculpem-me.
Edvar Soares.

7 de setembro de 2010

BORBOLETA

"J'ai appris avec les papillons



Alguma borboleta já pousou em suas mãos?

Borboletas, apesar de delicadas, são destemidas e têm muita atitude. Na maioria das vezes, voam sem rumo e pousam em lugares inusitados, por vezes perigosos, sem saber (ou não) o risco que correm. Não cabe a nós entendê-las ou julgá-las, tachando-as de burras ou imprudentes, pois somente elas sabem os motivos pelos quais se arriscam tanto. Talvez se contentem com um breve momento de prazer e bem-estar, sem se importar com o que pode vir depois. E para elas este instante se torna mágico e inesquecível, mesmo que dure apenas alguns segundos.


O lugar mais perigoso de pousarem é nas mãos de alguém, pois há duas reações a que se sujeitam quando resolvem arriscar tal proeza. Geralmente a pessoa que recebe este presente sabe o valor e significado que ele tem, sentindo-se privilegiada por haver sido escolhida por este ser tão sensível e apaixonante. Em contrapartida (PASMEM), há pessoas que, sem pensar, as afugentam para longe e não procuram entender o significado daquele gesto de carinho. Também não cabe a nós julgar a atitude de quem não gosta de borboletas ou se sente incomodado em tê-las por perto, mas com certeza é bem difícil entender tal reação. Pois sendo a borboleta um ser tão frágil, sutil, carinhoso e belo, que mal poderia nos causar?



Caso algum dia eu seja agraciado com tal visita, saberei apreciar cada segundo daquele momento e farei tudo o que for possível para prolongá-lo, caso não consiga, tentarei cativá-la para que um dia ela volte a pousar em minhas mãos e me proporcione toda essa alegria novamente.

Quem sabe, algum dia, uma delas se encante por ti e venha lhe presentear com sua companhia? Caberá a você, e a mais ninguém, a decisão de recebê-la e compreender que você foi escolhido porque é especial; ou afastá-la de ti sem tentar entender todas suas intenções e afeto. Mas, por experiência própria, quando ela vier e pousar em tuas mãos não tente prendê-la, ela morrerá ou fugirá de você e nunca mais voltará, deixe-a livre para decidir se quer voltar.




Eu aprendi com as borboletas a pousar onde me sinto bem e ali permanecer, nem que seja por um breve momento, até que eu seja cativado a ficar ou quem sabe afastado para longe. Fui destemido, determinado e talvez imprudente, mas fiz o que queria e deveria ter feito. Fiquei sujeito aos dois tipos de reações possíveis. Ao menos sei que tentei agradar e que em algum desses vôos farei alguém se sentir especial e, quem sabe, queira minha presença de volta. Só sei que vale muito a pena tentar!"

Everton Queiroz.


6 de setembro de 2010

CONCHINHA



Tão romântico dormir de conchinha! Lindo e fofo! Uma cena de filme ou de novela das oito!

Os dez primeiros minutos, sim. Mas ninguém suporta dormir a noite toda de conchinha, seja fora ou dentro da concha. Gente, conchinha só é bom antes de adormecermos. Depois de um tempinho começa logo a doer as pernas, entortar a coluna e sufocar o estômago... Ah, mas é a coisa mais linda aquele casal que tenta dormir dessa forma. E, realmente, não custa nada tentar até, pelo menos, a primeira dor nas costas! Não, não estou sendo pessimista.

Dia do sexo, isso existe? Não é uma maneira para os venderores de preservativos lucrarem? Por que no Brasil há dia específico para tudo? Só no Brasil?


O que seja! Sexo nunca é ruim, se praticado com segurança e com a pessoa que gosta. Isso! Falei A pessoa, e não AS pessoas... Claro, porque tem gente que curte uma "surubinha", ou sei lá o que. Enfim, gosto não se discute e eu já estou ficando confuso com isso! Sem preconceitos, por favor...

Curtam e previnam-se.
Edvar Soares.

3 de setembro de 2010

MUDANÇAS


Tão bom vezenquando trancar-se no quarto, apagar as luzes e não pensar em nada. Bem, tentar não pensar em nada. Incrível como nossa cabeça não para de raciocinar. Mas gosto de ficar neutro por uma noite. Ver seus amigos arrumando-se para sair na noite e ficar aqui, com cara de bobo, cara de quem não tem vontade de sair.

O ruim de tudo isso é que chega uma hora que seu cérebro volta e você dar-se conta de que, no momento, está sozinho. Desacompanhado. Desiludido. E, agora, chega uma lembrança nostálgica de quando era criança e tinha minha mãe só para mim. E na adolescência também - fase de grande preocupação para ela, em especial. Não a dividia com ninguém e tinha medo de ser órfão. Medo dela morrer em um acidente de carro ou de alguma doença terminal. Não gosto nem de pensar nisso. Gosto de lembrar de como eu era feliz em minha casa, em meu quarto, em minha escrivaninha, em meu mundo.

Fico pensando em certas escolhas que mudaram minha vida. Caminhos que segui, sem volta, e que levaram-me a rumos totalmente opostos do que eu sempre sonhei. Queria retornar e proceder de uma maneira diferente. Não falo de atitudes recentes, há alguns meses. Desejo algo mais além; anos. Talvez, hoje, nem estaria morando onde estou, talvez não teria conhecido muitas pessoas ou não teria deixado outras para trás. Talvez nem seria feliz também; não sei. Outra vida, outro mundo. Novas experiências. Mudanças.


Vou dormir. Desejo também sonhar com minha família. Meus pais, meus irmãos, avós, primos e tios. Amigos de infância ou de adolescência.

Bons sonhos.
Edvar Soares.

BALEIA

1 de setembro de 2010

DETALHES

Sentir-se sozinho no mundo, mesmo repleto de pessoas ao redor. Sentimentalismo, dramaticidade, mentira? Muitos supõem que você seja dramático ou "mega-sentimental" apenas por sentir falta de um abraço amigo ou de uma palavra de força. Nada disso! Acredito que qualquer ser humano, provido de sentimentos, já passou por situações semelhantes a essa. E, nem por isso, todos os seres humanos têm o coração de manteiga.


Saudade do cheiro do feijão da mãe. Saudade dos puxões de orelha do pai. Do doce apertão nas bochechas de sua avó, chamando-o de "a coisa marlinda do mundo". Sinto falta de bastante detalhes na minha vida. Isso, detalhes que compõem a nossa história. O que seria daquela excursão para uma praia deserta se não tivesse visto o escorregão que a professora de história levou ao mergulhar na areia, literalmente?

Queria muito poder ajudar a todos. Colocar tudo no seu devido lugar; todos os problemas, desafios e medos. Tenho boa-vontade, acredito. Mas percebo que a ajuda primordial deve ser para mim mesmo. Eu quem devo ajudar-me e estar de bem comigo. Se todos no mundo são individualistas, por que não ser também? É bom esse amor-próprio sempre. Estando com uma boa auto-estima, talvez consiga, de fato, auxiliar a um amigo, a uma tia, a um colega. Ser prestativo e menos sentimental.


Contudo, nesse exato momento, o que eu mais quero é um abraço materno. Esse é o verdadeiro amor, sem dramaticidade extrema, sem mentira.


Aproveite enquanto pode.
Edvar Soares.