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16 de setembro de 2010

NEBULOSA


Talvez o céu mudasse de cor constantemente. Ou seriam seus olhos negros que tudo pode ver? Pensei muito no azul celeste, no verde do oceano, no amarelo solar. Queria tudo para mim; só para mim. Por vezes sou egoista ao extremo. Quero tudo da minha maneira: os pratos colocam-se ao lado dos copos de vidro, as canetinhas são separadas dos lápis-de-cor. Uma nebulosa semelhante ao olho que tudo observa. Olho curioso, aberto, monstruoso.

Imaginar milhares de enciclopédias abertas na mesma página. O desenho de um lagarto verde abraçado a uma folha, pronto para receber os primeiros raios-de-sol em sua pele áspera e úmida. Um felino atacando um urso-marrom; uma rato engolido por uma cobra. Mil faces. Mil maneiras. Mas a única que interessa é a minha.


Talvez o mar mudasse de cor casualmente. Ou seriam suas lágrimas deslisando em minha face? Refletiu bastante ao escutar ruidos por trás da porta amarela, por cima do telhado vermelho, por dentro do coração esverdiado. Olhos baixos atentos ao menor movimento. Ele não é egoísta. Ele é solidário; apenas espera algo a receber. Ambição? Tendência natural de sobrevivência, em que o mais apto torna-se o melhor. Selva de granizo.

Edvar Soares.

3 comentários:

Anônimo disse...

Denso e poético. :)

Edvar Soares disse...

E confuso? rs.

Naeell disse...

É cósmico!

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