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23 de setembro de 2010

AZUL


Gosto quando ouço aquela música antiga que lembra-me de como eu era feliz no Ceará. Não me preocupava com aparência, com dinheiro ou muito menos com amores. Tinha o coração livre, ao ponto de inflar de algum ar leve e subir. Elevar-se até as cores do forte coração diluírem-se no infinito azul do céu.

Agora, aqui em um território desconhecido, não muito distante da minha terra natal, sinto que meu coração começou a estacionar. Já bateu diversas vezes em árvores lindas e edifícios esplêndidos, mas frágeis. Talvez a árvore que segura-o hoje seja grande e frondosa. Dê frutos e flores também. Muitas e muitas flores.


 Há quem diga que não existe um amor para toda a vida. Prefiro não concordar nem descordar com tal afirmação. Tenho receio de que alguma tempestade forte seja capaz de derrubar aquela vigorosa árvore. E se conseguir? E se o vento for mais forte do que imagino? Seria meu coração capaz de estacionar novamente?

Já ouvi falar em amor proibido. Aquele amor "impossível" de acontecer. Mas, apesar de toda impossibilidade, há algo mais forte e mais belo do que o amor. Algo inexplicável que te faz flutuar no azul. A amizade sempre é fundamental. Conversas e sorrisos.

É muito difícil tornar-se adulto e ter responsabilidades antes jamais imaginadas. Compromissos. Deveres.

Edvar Soares.

8 comentários:

Anônimo disse...

Muito difícil se tornar adulto. Ainda mais quando ainda nos sentimos crianças por dentro e parecemos jovens demais por fora.

Mas é assim que a vida se processa, né não?

Edvar Soares disse...

É verdade! Às vezes é bom ser criança por dentro ainda. As brincadeiras, a ingenuidade, a imaturidade. Jovem por fora, também. A disposição, a beleza, a alegria. Já adultos, só me vem o pensamento sobre responsabilidades, compromissos, coisas chatas. Não quero me tornar um adulto-adulto. Quero ter uma pitada de criança e juventude sempre!

thaís disse...

todos os dias eu falo pra minha mãe o quanto
eu gostaria de não ter crescido, mas é a leia natural da vida, fazer o que ? Tornar-se adulto é algo que amedronta, porque junto a maturidade vem as responsábilidades e seu peso. Mas enfim, esse foi um dos posts que eu mais gostei *-*
Lindo Ed! :D

Edvar Soares disse...

Isso! "Junto a maturidade vem as responsabilidades e seu peso". Tenho muito medo desse 'peso' que vem junto à maturidade! Receio de não ter amigos o suficiente para suportar tanta pressão quando temos compromissos mais sério do que apenas a diversão.

Obrigado, Thaís! Gosto muito de ti! *-*

Everton disse...

Concordo com todas essas opiniões, na infância todos nós não nos damos conta do quanto somos felizes, livres e etc... Mas é isso, um dia crescemos e a magia vai acabando, vamos ficando calejados por causa de certas situações e pessoas e finalmente nos tornamos adultos chatos e desacreditados de tudo. Tomara q não deixemos que isso nos aconteça! =)

Edvar Soares disse...

Não, não quero deixar de ter pelo menos um pouco de criança dentro de mim! Já basta o quanto sou chato tornando-me adulto. rs.

Junior disse...

Me identifiquei. Acho que é essa a realidade...Ter um pouco da criança dentro de si é importante pra não perder a sensibilidade, o humor. Perfeito seu texto.

Edvar Soares disse...

Obrigado, Junior!

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