AUDIÇÃO

"- Tá ouvindo 'Revolution in the head'?! Dá vontade de dançar!

- Ah, cara, hoje eu não estou legal. Prefiro ouvir 'Stepping Stone'..."

Dizem que a música é a expressão externa da alma. Se não acredita, por que, então, quando estamos tristes não preferimos ouvir um som mais alegre como o de "Girls Aloud", cuja finalidade seria elevar sua auto-estima? Não acha estranho um sentimento ínfero levar-lhe à querer cada vez mais se afogar ao som de Duffy? Misterioso como a música é capaz de mudar sentimentos e sensações, que ainda provocam confusões até nos maiores cientistas do mundo. 

Bastante agradável liberar sua energia tocando qualquer instrumento, dançando algum "country" ou mesmo cantando Caetano no chuveiro. E não há igual diversão unir-se com alguns amigos para brincar com  a música, fazer um dueto com outro amigo ou um solo no violão. Dessa maneira, aparentemente, seu corpo torna-se mais leve, mais completo, mais satisfeito. Isso acontece mesmo quando passamos por alguma difícil situação, como o término de um namoro ou a perda do campeonato de bolinhas de gude. Experimente ousar mais! Mas, óbvio, não vá querer cantar "Famosa" no velório da sua queridíssima avó. Já basta um enterro...

Enfim, muitos acham besteria comparar uma melodia com sentimentos. Acho uma asneira mesmo é essa insensibilidade que muitos possuam, e que, por vergonha ou preconceito, talvez, não deixam aflorar e desfrutar da magnífica dádiva que todos temos.

Música, para mim, também é vida.

Edvar Soares.